ReportagemEducação e tecnologia: parceria revolucionária?
Por Érica Guimarães
(fonte: Revista Comciência online)Imagine uma carteira tradicional escolar com o seguinte diferencial: além de apoiar cadernos, lápis e livros, tem um tampo de vidro que vira uma tela sensível ao toque, com a CPU de um computador integrada. O que parece ficção já é realidade em escolas públicas do interior de São Paulo. O projeto Lap Tup-niquim, em desenvolvimento na cidade de Serrana, próxima a Ribeirão Preto, envolve um conceito novo dentro das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC's) com fins educacionais. A carteira digital, uma tecnologia nacional patenteada pelo Centro de Pesquisas Renato Archer (Cenpra), de Campinas (SP), permite que o aluno escreva, acesse a internet, faça cálculos e desenhe. Hoje, a cidade de Serrana possui 160 carteiras digitais em escolas públicas.
Um dos criadores da tecnologia é o pesquisador chefe da Divisão de Mostradores da Informação do Cenpra, Victor Pellegrini Mammana. Ele diz que a proposta foi integrar a sala de computação – chamada, nas escolas, de laboratório de informática – com a própria sala de aula. “A ideia é que a tela (da carteira) se torne interativa no ambiente escolar, na sala de aula”, diz Mammana.
Ainda em fase inicial, a tecnologia deve ser adaptada, também, aos cadeirantes e deficientes visuais. A carteira digital, de acordo com o pesquisador, ainda não tem um valor definido. O custo aproximado, na cidade de Serrana, foi de R$ 1 mil por unidade, mas a fabricação ainda não é industrializada, e é feita por incubadoras sociais. A prefeitura centralizou os serviços e as carteiras convencionais são reformadas e convertidas em digitais. Em escala maior, o preço da carteira será comparável ao do notebook de baixo custo.
Enquanto os professores se adaptam a essas novidades, as novas gerações já crescem acostumadas a usá-las. Orkut, MSN, facebook e twiter são expressões corriqueiras para crianças e adolescentes de classe média e alta, que possuem familiaridade com as ferramentas de relacionamento e com a internet. Mas o professor não tem como ficar alheio às tecnologias que já chegaram ao ensino: em escolas particulares, aulas ministradas com giz e lousa dão lugar a projetor de slides e lousa digital; e na rede pública, alunos que antes levavam horas para chegar à escola, hoje têm a oportunidade de estudar por meio do ensino a distância.
No Amazonas, em cinco anos, a educação a distância qualificou 16 mil professores de ensino básico que só tinham o nível médio de instrução. A Universidade do Estado do Amazonas, a Secretaria de Educação e Qualidade do Ensino do estado e o Colégio Militar uniram forças para romper os limites de tempo e espaço que antes distanciavam professores de 16 municípios do interior do Amazonas do diploma universitário. Em algumas regiões, onde se tem acesso apenas pelos rios, o ensino foi ao encontro dos alunos, com o uso de computador e TV para transmissão de aulas gravadas em Manaus.
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